Dor abdominal crônica e Síndrome do intestino irritável
- Milena Westphalen Brum
- 31 de mai. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 9 de jul. de 2024

A dor abdominal é uma ocorrência bastante comum, que pode estar relacionada a problemas simples como má digestão ou excesso de gases, mas também pode indicar disfunções e doenças em algum dos vários órgãos dessa região (como estômago, intestino, fígado, vesícula) indicando a presença de patologias (como gastrite, úlcera gástrica, refluxo gastroesofágico, doenças no fígado, inflamações no intestino, síndrome do intestino irritável, entre outras).
As dores abdominais podem estar relacionadas a vários problemas e algumas, como as relacionadas à má digestão ou ao excesso de gases, costumam desaparecer sem necessidade de tratamento farmacológico. Mas em caso de dores abdominais súbitas e intensas, é importante buscar atendimento com um médico gastroenterologista para identificar a causa e obter o tratamento mais adequado.
Quando as dores são suportáveis, mas se repetem periodicamente, a recomendação é agendar uma consulta. Além de avaliar o histórico e quadro clínico, o médico poderá pedir a realização de exames laboratoriais e de imagem para fazer o diagnóstico e definir a melhor estratégia de tratamento.
Neste artigo vamos aprofundar a discussão sobre a relação da Dor abdominal crônica e a Síndrome do intestino irritável.
Características
A Dor abdominal crônica é caracterizada por aparecer de forma intermitente ou constante por no mínimo 6 meses. A Síndrome do intestino irritável é um distúrbio funcional do intestino em que a dor abdominal recorrente está associada à defecação ou a uma mudança nos hábitos intestinais. O início dos sintomas deve ocorrer pelo menos 6 meses antes do diagnóstico e os sintomas devem estar presentes nos últimos 3 meses.
Sintomas
As manifestações podem surgir na forma de cólicas intermitentes ou de sensações dolorosas contínuas, podendo provocar desde um leve incômodo ou desconforto até dores agudas insuportáveis. Eventualmente, as dores podem ser desencadeadas ou estar associadas a fatores que fazem com que melhorem ou piorem ao se alimentar, realizar determinados movimentos do corpo, manter uma postura inadequada e carregar peso.
Muitas vezes as dores abdominais vêm acompanhadas de outros sintomas como náusea, vômito, diarreia e febre.
A sensibilidade à dor
O controle da dor é uma necessidade importante que precisa ser atendida no tratamento da Síndrome do intestino irritável. Há um equilíbrio delicado entre sentir dor e suprimi-la, que controla o estado de ativação das terminações nervosas aferentes viscerais.
Acredita-se que a Síndrome do intestino irritável seja causada pelo aumento da sensibilidade à dor visceral. Os pacientes apresentam uma resposta exagerada aos eventos normais. As consequências da Síndrome do intestino irritável são semelhantes às de outras condições de dor, incluindo dificuldade para dormir, fadiga, alteração do humor e diminuição da qualidade de vida.
Diagnóstico
Um exame físico detalhado, incluindo um exame retal, é necessário para elucidar a causa da dor abdominal crônica. No caso de um episódio agudo de dor abdominal crônica, é imperativo descartar rapidamente a possibilidade de um abdômen cirúrgico. Um exame retal detalhado pode fornecer informações valiosas, como sangramento ativo, presença de tumores, sinais de constipação, disfunção do assoalho pélvico ou tônus anal elevado em repouso.
Devem ser realizados exames laboratoriais, incluindo hemograma completo, painel metabólico completo, lipase e análise de urina. Dependendo do diagnóstico suspeito, as imagens abdominais geralmente são solicitadas como parte do estudo inicial. Isso pode incluir colonoscopia, ultrassom abdominal, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
Tratamento da Síndrome do intestino irritável
O tratamento da SII concentra-se no sintoma predominante do paciente e na fisiopatologia subjacente. Atualmente não há agentes terapêuticos modificadores da doença para tratar a SII. No entanto, existem tratamentos que visam os mecanismos subjacentes, como aumento do tempo de trânsito anormal e aumento da concentração de ácido biliar no cólon. Os métodos de tratamento atuais incluem modificação de dieta e estilo de vida, terapias alternativas e à base de ervas, probióticos e terapia medicamentosa.
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